Sexta-feira, 11 de Julho de 2025

Brasil ( Cidades do Maranhão )

Publicada em 19/05/25 às 07:45h
Preço do diesel cai 34,9% na Petrobras, mas redução não chega aos consumidores
Desde 2023, a estatal adota a chamada política de “abrasileiramento” dos preços, baseada no custo nacional de produção e na concorrência do mercado interno, com o objetivo de suavizar os efeitos das oscilações internacionais para o consumidor.

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Foto Reprodução  (Foto: Rádio Web Focus Hits de Barreirinhas - MA https://portaloinformante.com.br/)

Desde janeiro de 2023, o preço do óleo diesel vendido pela Petrobras às distribuidoras caiu R$ 1,22 por litro — uma redução de 34,9%. Considerando a inflação do período, o alívio seria ainda maior, de R$ 1,75 por litro. Atualmente, a estatal comercializa o combustível por R$ 3,27 o litro, em média.

Apesar dessa queda expressiva nas refinarias, o impacto no bolso do consumidor tem sido bem mais tímido.

De acordo com dados do IBGE, o diesel ficou apenas 3,18% mais barato entre janeiro de 2023 e abril de 2025, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O diesel representa 0,25% da composição do IPCA, mas tem peso significativo na cadeia produtiva por ser o principal combustível utilizado no transporte de mercadorias.

Assim, sua redução de preço poderia contribuir para conter a inflação, hoje em 5,53% no acumulado de 12 meses — acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional.

REDUÇÃO NÃO CHEGOU AOS POSTOS

A Petrobras tem demonstrado preocupação com a diferença entre o preço nas refinarias e o que é cobrado nas bombas.

Segundo ele, a Petrobras não tem controle sobre os preços praticados por distribuidoras e revendedores. A redução mencionada se refere a três cortes: R$ 0,17 em 1º de abril, R$ 0,12 em 18 de abril e R$ 0,16 em 6 de maio.

Entretanto, de acordo com a ANP, o preço médio nos postos caiu apenas R$ 0,21 nesse intervalo: de R$ 6,34 para R$ 6,13 por litro. Um dos motivos seria a existência de estoques antigos adquiridos por valores mais altos.

COMO É FORMADO O PREÇO DO DIESEL

A ANP reforça que, desde 2002, os preços de combustíveis no Brasil são livres. Não há controle estatal ou autorização prévia para reajustes. A Petrobras também não é a única fornecedora: sua participação no mercado variou entre 75,74% e 78,23% entre 2023 e 2025.

O preço final do diesel é formado por diversos componentes:

– 47,4%: valor da Petrobras pelo diesel A;

– 12,1%: custo do biodiesel adicionado;

– 17,4%: margens de distribuidoras e revendedores;

– 17,9%: ICMS (imposto estadual);

– 5,1%: PIS/Cofins (impostos federais).

POLÍTICA DE PREÇOS DA PETROBRAS

Desde 2023, a estatal adota a chamada política de “abrasileiramento” dos preços, baseada no custo nacional de produção e na concorrência do mercado interno, com o objetivo de suavizar os efeitos das oscilações internacionais para o consumidor.

Essa política permitiu, segundo a empresa, manter preços estáveis por mais de 400 dias, mesmo em um cenário internacional volátil. A última alta no valor do diesel pela Petrobras foi em 1º de fevereiro de 2025.

A recente queda no preço do petróleo foi impulsionada por medidas tarifárias dos EUA, que indicam uma desaceleração econômica global. Aproveitando esse cenário, a Petrobras decidiu reduzir seus preços.

Apesar disso, a presidente da estatal, Magda Chambriard, lamentou que os consumidores não estejam se beneficiando dos cortes. “Pressionem, perguntem por que isso está acontecendo. Qual é o tipo de margem? Se essa margem é tolerável”, afirmou.

O economista Gilberto Braga, do Ibmec, explicou que intermediários — como transportadoras, distribuidoras e postos — acabam absorvendo parte das reduções. Além disso, o aumento do ICMS em fevereiro de 2025, de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro, contribuiu para frear o repasse ao consumidor.

POLÊMICA COM POSTOS E DISTRIBUIDORAS

A Vibra Energia, maior distribuidora do país e dona dos postos com a marca BR (privatizados entre 2019 e 2021), preferiu não comentar as declarações da Petrobras. A empresa responde por 23% do mercado de diesel, segundo a ANP.

Já a Fecombustíveis, que representa 45 mil postos em todo o Brasil, rebateu as críticas e disse que a cadeia é complexa. Segundo a entidade, a margem bruta média da revenda é de 15%, antes de descontar custos operacionais como salários, energia, aluguel e tributos.

A federação também ressaltou que o setor emprega cerca de 900 mil pessoas diretamente e é importante na arrecadação tributária dos estados.

A presidente da Petrobras criticou o uso da marca BR em postos que não são mais da companhia: “Nos preocupa, sim, ter a nossa marca espalhada pelo Brasil vendendo uma gasolina acima do preço, incorporando margem”, afirmou. No entanto, disse que a Petrobras respeita o contrato de privatização, válido até 2029.




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