
Foto Reprodução (Foto: Rádio Web Focus Hits de Barreirinhas - MA https://portaloinformante.com.br/)
O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs foi condenado por transporte de pessoas para fins de prostituição, mas absolvido das acusações mais graves de tráfico sexual e conspiração para extorsão.

O veredito foi anunciado na manhã desta quarta-feira (2), no tribunal de Nova York, após quase dois meses de julgamento.
Diddy, de 54 anos, enfrentava cinco acusações criminais. O júri, composto por 12 pessoas — oito homens e quatro mulheres —, considerou o músico culpado em duas delas: transporte com fins de prostituição envolvendo Cassie Ventura e outra mulher identificada apenas como “Jane”. A pena para cada uma das condenações pode chegar a 10 anos de prisão.
Por outro lado, o júri decidiu pela absolvição de Diddy nas acusações de conspiração para extorsão e tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção — acusações essas que poderiam levá-lo à prisão perpétua.
Preso desde setembro de 2024, Diddy se declara inocente de todas as acusações. A defesa argumenta que ele foi vítima de uma “perseguição judicial” motivada por dinheiro e baseada em exageros sobre seu estilo de vida e uso recreativo de drogas.
COMO SURGIU O CASO
A reputação do artista começou a ruir no fim de 2023, quando sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, o acusou de abuso físico, coerção, estupro e participação em maratonas sexuais, chamadas de “freak offs”, supostamente promovidas por ele e regadas a entorpecentes.
Poucas horas após abrir o processo, Cassie firmou um acordo com Diddy, mas sua denúncia encorajou outras vítimas a procurarem a Justiça.
Em março de 2024, mansões do rapper foram alvos de buscas por agentes federais. Dois meses depois, veio a público um vídeo gravado em 2016 que mostra Diddy agredindo Cassie em um hotel de Los Angeles — imagens que geraram forte repercussão. Em julho do mesmo ano, ele foi preso sob acusações de associação criminosa, tráfico sexual e transporte para prostituição.
AS ACUSAÇÕES E O VEREDITO
As acusações analisadas envolvem o período de 2004 a 2024 e se baseiam, principalmente, nos relatos de Cassie e de uma segunda mulher identificada como Jane.
Ambas afirmaram que o músico usava sua influência e fortuna para controlar suas vidas e forçá-las a situações sexuais degradantes.
Cassie, em depoimento de quatro dias, relatou episódios de agressão física, estupro e monitoramento constante durante o relacionamento com Diddy.
Disse que teve a sobrancelha cortada por ele, levou chutes na cabeça e chegou a pensar em suicídio devido aos traumas causados.
Jane relatou que era pressionada por Diddy a manter relações com outros homens enquanto ele assistia. Também afirmou que ele ignorava seus sinais de incômodo e exaustão.
A promotora Christy Slavik classificou o rapper como alguém que “usou poder, violência e medo para conseguir o que queria”, alegando que ele se sentia acima da lei por causa de sua fama e fortuna.
Segundo o Ministério Público, ele usou seu império empresarial como uma estrutura para acobertar crimes de abuso, coerção, sequestro, suborno e tráfico sexual.
DEFESA
Diddy não prestou depoimento. Sua equipe jurídica argumentou que o processo foi motivado por interesses financeiros e exagerou em interpretações de seu estilo de vida “swinger” e uso de drogas.
O advogado Marc Agnifilo minimizou os depoimentos das vítimas, afirmando que não houve evidências de que o rapper integrava uma organização criminosa. “Isso não é crime, é dinheiro”, afirmou durante os argumentos finais.
A defesa também sustentou que as ex-namoradas de Diddy participaram voluntariamente de relações sexuais envolvendo terceiros, e que não houve coerção.
QUEM É DIDDY
Nascido em Nova York, Sean John Combs — também conhecido como Puff Daddy ou Diddy — é um dos nomes mais influentes do hip-hop. Ele ficou conhecido por transformar a cultura do rap nos anos 1990, tanto como artista quanto como empresário. Fundador da Bad Boy Records, revelou talentos como Notorious B.I.G., Usher e Mary J. Blige.
Com carreira marcada por sucessos musicais, negócios milionários nos setores de moda e bebidas alcoólicas, Diddy foi descrito pela revista Time como “o homem mais onipresente do hip-hop”.