Os Correios proibiram oficialmente o uso do WhatsApp como ferramenta de trabalho entre seus funcionários. A decisão, comunicada internamente no dia 18 de abril, tem como objetivo principal reforçar o controle sobre informações consideradas sigilosas e reduzir riscos de vazamentos. Questões relacionadas à saúde ocupacional também foram citadas.
De acordo com a estatal, o aplicativo não oferece garantias de segurança suficientes, por não ser gerenciado pela área de tecnologia da informação da empresa. A ausência de controle sobre a circulação de dados em grupos criados por gestores, segundo o comunicado, expõe a empresa a riscos administrativos e de segurança da informação.
“Os dados inseridos no WhatsApp não estão sob posse da empresa”, diz o texto encaminhado aos setores internos, alertando que o aplicativo não permite rastreamento de conteúdos nem de possíveis transgressões.
A empresa também apontou problemas ergonômicos no uso do aplicativo via celular, citando impactos à saúde física dos trabalhadores. Como parte da medida, o WhatsApp também foi bloqueado nos navegadores dos computadores corporativos, dificultando seu uso mesmo fora dos smartphones.
A plataforma oficial de comunicação adotada pela estatal é o Microsoft Teams, que já faz parte do pacote corporativo da empresa. Segundo os Correios, mais de 40 mil funcionários já têm acesso à ferramenta. Contudo, a empresa não detalhou o que será feito em relação ao restante do quadro, que soma mais de 80 mil empregados em todo o país.
A estatal está passando por um momento de grave crise financeira. Somente em janeiro de 2025, os Correios registraram um prejuízo de R$ 424 milhões, o maior da história da empresa para o mês. Em 2024, o déficit acumulado foi de R$ 3,2 bilhões. Procurada, a assessoria de imprensa da empresa não comentou a decisão até o momento.